Carta Extra - São Paulo e os livros de Spero
Agora chegou a vez de São Paulo receber o lançamento e sessão de autógrafos do meu novo livro, "Espero que eu não me apaixone por você". Gostaria muito de ter a sua presença 🙂
Dia 19/08 - 19hs
Lola Bar - Rua Brg. Galvão, 469 - Barra Funda, São Paulo - SP, 01151-000
O livro estará à venda no local.
Os Livros de Spero
Caçar referências parece ser um dos passatempos preferidos dos leitores modernos :) Como tenho recebido muitas perguntas sobre certas passagens de “Espero que eu não me apaixone por você”, decidi fazer uma lista de referências literárias que aparecem no livro. Depois faço uma com as referências cinematográficas.
Aqui vai:
O gimlet, drink consumido pela Dama Solitária, é uma homenagem ao romance “O Longo Adeus”, de Raymond Chandler.
Spero faz uma menção ao livro “A Alma do Homem sob o Socialismo” quando diz que, ao ler Oscar Wilde, questiona se realmente vive.
“O Morro dos Ventos Uivantes”, de Emily Brontë, é citado como uma das obras preferidas de Martha, o amor perdido do Detetive Spero.
Ernest Hemingway é muito importante na trama. Spero chegou a conhecer o escritor pessoalmente, como relembra: "Encontrei um escritor de verdade na Espanha durante a guerra, e não me parecia em nada com ele. Desisti de ser escritor." Hemingway aparece em um momento de devaneio, escrevendo o conto "A Vida Breve e Feliz de Francis Macomber", publicado pela primeira vez na revista Cosmopolitan em 1936 (dois anos antes da participação de Spero na Guerra Civil Espanhola, em 1938, um dos anacronismos propositais que cometi), depois incluído no livro "The Fifth Column and the First Forty-Nine Stories". Malditos fascistas.
Falando em teatro, a cigana que Spero encontra no início da história cita uma frase da peça "Macbeth", de William Shakespeare. A peça "A Tempestade" também é mencionada depois.
O nome William Willard Wilson é uma citação óbvia ao conto do Poe, "William Wilson" (com uma citação cinematográfica no meio).
Quando Spero usa expressões em francês para descrever o caso de Rosie com o atirador de facas, e diz que anda lendo muita literatura francesa, ele está se referindo ao clássico "As Ligações Perigosas" (Les Liaisons dangereuses), de Choderlos de Laclos. A mesma conversa com Rosie rende uma citação a outro clássico, "A Vênus das Peles", de Leopold von Sacher-Masoch.
O sujeito pedante com cara de agente funerário cita uma frase atribuída ao dramaturgo e poeta Christopher Marlowe, provavelmente inspirada em uma passagem de “A História Trágica do Dr. Fausto”. O mesmo sujeito diz estar lendo "A Sedução dos Inocentes", do psiquiatra alemão Fredric Wertham, e ainda cita uma frase de Tolstói (ao que Spero pergunta se é o Tolstói autor de “Guerra e Paz” ou o Tolstói autor do conto “A Família do Vurdalak”). Malditos filósofos da noite.
O “Tarzan”, de Edgar Rice Burroughs, também ganha uma citação que tem tudo a ver com o caos da narrativa de Spero: "O Burroughs vivia enfiando animais da savana no meio da selva mesmo."
Henri, o acordeonista francês, declama a última estrofe de um poema que adoro de Paul Verlaine, "Canção de Outono":
Et je m’en vais
Au vent mauvais
Qui m’emporte
Deçà, delà,
Pareil à la
Feuille morte.
E vou à toa
No ar mau que voa.
Que importa?
Vou pela vida,
Folha caída
E morta.
Tradução: Guilherme de Almeida
Por fim, quando Spero encontra Baltazar, ele lembra de "Pinóquio", do italiano Carlo Collodi. Falando em Baltazar, os "mares sombrios de infinitude" mencionados por ele são de uma expressão usada por H. P. Lovecraft no primeiro parágrafo de "O Chamado de Cthulhu".
Espero que eu não me apaixone por você
Livro de Cesar Alcázar
Lançamento da AVEC Editora
120 páginas
14x21cm
Editor: Artur Vecchi
Revisão: Gabi Coiradas
Design Gráfico: Bethânia Helder
Foto: Antonio Mainieri Da Cunha Pinto